A terceira comissão do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) condenou, nesta madrugada de quarta-feira, os jogadores de Athletico e Coritiba pelas confusões no clássico Athletiba, na Arena da Baixada, pela sétima rodada do Campeonato Paranaense.
O lateral-esquerdo Pedrinho, do Athletico, e o meia-atacante Fabrício Daniel, do Coritiba, tiveram a maior pena, com seis jogos de suspensão.
Os outros atletas foram punidos com um menor números de partidas (veja abaixo todas as punições). Já os dirigentes e o técnico António Oliveira, do Coritiba, foram absolvidos por ampla maioria.
No julgamento, o Athletico foi multado em R$ 2 mil pelo arremessos de objetos no gramado.
Os clubes podem recorrer ao pleno do TJD-PR contra as punições impostas.
Jogadores do Athletico punidos
- Thiago Heleno: quatro jogos
- Pedro Henrique: quatro jogos
- Christian: quatro jogos
- Pedrinho: seis jogos
- David Terans: dois jogos
Jogadores do Coritba punidos
- Marcio Silva: advertência.
- Victor Luis: absolvido.
- Fabrício Daniel: seis jogos.
- Alef Manga: cinco jogos.
Dirigentes, técnico e árbitro
- António Oliveira: absolvido.
- Lucas Drubscky: absolvido.
- Glenn Stenger: absolvido.
- Jair José de Souza: absolvido.
- Árbitro: absolvivo.
Athletico
- Invasão de campo: absolvido.
- Deixar de previnir desordem: absolvido.
- Objetos arremessados: multa de R$ 2 mil.
- Suspensão da partida: absolvido.
Coritiba
- Participar de tumulto ou rixa: absolvido.
O julgamento
Presididos por Leandro Gonçalves da Silva, os auditores Guilherme Munhoz Burgel Ramidoff, Rubens Dobranski, Mikael Alexandre Mocelin Guajardo Cuevas, Amyr Assaf de Macedo e Paulo Guilherme Giffhon participaram da seessão.
Já a Procuradoria do TJD-PR foi representada por Marcelo Oliveira.
O julgamento durou cerca de oito horas. Em um primeiro momento, a Procuradoria apresentou as denúncias. Em seguida, a defesa dos clubes se posicionaram e mostraram provas.
Na sequência, os denunciados foram ouvidos pelos auditores. Só depois disso a votação foi iniciada.
– Eu quero pedir desculpas a todos, para as crianças. Isso nunca aconteceu na minha carreira. Depois que cheguei em casa, eu fiquei muito chateado. Eu sei da responsabilidade que eu carrego no clube. Isso não vai se repetir novamente – dissse Manga durante o seu depoimento.
Do lado do Athletico, o zagueiro Thiago Heleno também se desculpou e citou o fato de ser o capitão da equipe.
– Estou há oito anos vestindo a camisa deste clube. Sei que tem crianças que nos acompanham, somos exemplos. Até pelo posto que tenho hoje de capitão. Por isso, eu peço desculpas. Tenho certeza que não vai mais acontecer – declarou o defensor.
A denúncia
A Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) denunciou Athletico e Coritiba, jogadores, dirigentes e o árbitro do jogo.
A denúncia manteve os nove expulsos, sendo cinco do Furacão e quatro do Coxa, e ainda adicionou o lateral-esquerdo Victor Luís, do Alviverde, que não foi expulso pela arbitragem.
A novidade no documento protocolado foi a denúncia duplicada de parte dos atletas envolvidos e a citação ao Furacão. O clube rubro-negro corre o risco de perder de um até 10 mandos de campo, pontos no torneio e levar uma multa que pode chegar até R$ 100 mil reais.
Veja quem são: o presidente atleticano, Mario Celso Petraglia, o presidente interino do Coritiba, Glenn Stenger, o vice Jair José de Souza e o head esportivo Lucas Drubscky, e o juiz Jose Mendonça da Silva Junior.
Além deles, foram denunciados os zagueiros Pedro Henrique e Thiago Heleno, o lateral Pedrinho, o volante Christian e o meia-atacante David Terans, do Furacão, e o técnico António Oliveira, o zagueiro Marcio Silva e os atacantes Alef Manga e Fabrício Daniel, do time Alviverde. Esses já estavam relatados na súmula.
Os artigos denunciados
Os atletas expulsos responderão pelo artigo 254-A, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), por “praticar agressão física durante a partida”. A punição é de quatro a 12 jogos. No caso dos jogadores Pedro Henrique, Thiago Heleno, Terans e Fabrício Daniel, a pena pode chegar até 24 jogos, já que eles estão duplamente denunciados por participação em mais de um momento da briga.
Os dirigentes serão julgados no artigo 258-B, que cita “invadir local destinado à equipe de arbitragem, ou o local da partida, prova ou equivalente, durante sua realização, inclusive no intervalo regulamentar”. A suspensão é de uma a três partidas e 15 a 180 dias. Esse é o mesmo artigo que leva a julgamento o técnico António Oliveira, que pode ser suspenso de até seis partidas.
O árbitro acabou denunciado pelo artigo 266 ao “deixar de relatar as ocorrências disciplinares da partida, prova ou equivalente, ou fazê-lo de modo a impossibilitar ou dificultar a punição de infratores, deturpar os fatos ocorridos ou fazer constar fatos que não tenha presenciado”. Ele pode ser suspenso de 30 a 300 dias ou com multa de R$ 100 a R$ 1 mil.
O Athletico será julgado pelo artigo 203 do CBJD, que fala em “deixar de disputar, sem justa causa, partida, prova ou o equivalente na respectiva modalidade, ou dar causa à sua não realização ou à sua suspensão”. Segundo a denúncia, o clube não ofereceu segurança em seu estádio, o que levou à suspensão da partida. A pena para esse tipo de caso é de multa de R$ 100 a R$100.000 e perda dos pontos em disputa a favor do adversário.
Relembre
Na reta final do Atletiba, aos 51 minutos, Marcio Silva (Coxa) e David Terans (Furacão) começaram a se estranhar perto da área. Logo depois, o alviverde Alef Manga entrou na confusão com Terans e provocou uma reação de jogadores atleticanos, como Pedro Henrique e Thiago Heleno.
A partir daí, atletas das duas equipes se envolveram em discussões e empurrões espalhadas pelo gramado. O rubro-negro Pedrinho chegou a acertar um chute em Manga e depois foi perseguido por atletas coxa-brancas. Pedro Henrique e Fabrício Daniel também trocaram socos.
Um torcedor do Athletico ainda invadiu o campo e, depois de agredir o goleiro Marcão, do Coritiba, foi contido pelos seguranças particulares. De acordo com a Demafe, ele será punido por um ano de frequentar os estádios. Outros dois torcedores chegaram a entrar no gramado e foram encaminhados a Demafe.
Vale destacar que o Atletiba 391 foi o quinto seguido de torcida única. Os clubes optaram por essa decisão após a confusão nas arquibancadas no clássico do ano passado, pelo estadual.
O primeiro clássico Atletiba terminou empatado em 1 a 1. O Coxa saiu na frente, com Kaio César, mas o Furacão empatou com Pablo.