Após meses de seca extrema, o nível do Rio Madeira registrou uma elevação significativa, alcançando 3,98 metros nesta segunda-feira (25), conforme dados do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). Apesar desse aumento, o nível atual ainda está cerca de 3 metros abaixo da média histórica para o período, que é de 6,16 metros.
Histórico recente de seca
Em 11 de outubro de 2024, o Rio Madeira atingiu seu menor nível já registrado desde o início do monitoramento em 1967, marcando apenas 19 centímetros. Essa seca severa impactou diretamente a Hidrelétrica de Santo Antônio, que precisou operar com apenas 14% de suas turbinas devido ao baixo volume de água.
Impacto nas comunidades ribeirinhas
A estiagem prolongada alterou drasticamente a vida das famílias ribeirinhas que dependem do rio. Muitas enfrentaram escassez de água, sobrevivendo com menos de 50 litros por dia. Além disso, a diminuição dos peixes, principal fonte de sustento, levou os pescadores a adquirirem pescado de outras regiões para consumo próprio. Durante o período mais crítico, foram necessários “corredores” na lama para acessar áreas antes navegáveis.
Chuvas e recuperação do nível do rio
As chuvas recentes na região contribuíram para a elevação do nível do Rio Madeira. No entanto, especialistas alertam que aproximadamente 70% da vazão do rio provém de áreas de cabeceira na Bolívia e no Peru. Portanto, a recuperação plena do rio depende das precipitações nessas regiões. O engenheiro hidrológico Guilherme Jordão enfatiza: “Quando não chove lá, o ‘corpo’ do rio aqui enfraquece, independentemente do volume de chuva que cai sobre Rondônia”.
Monitoramento contínuo
O Rio Madeira é monitorado por três estações da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), operadas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). Essas estações coletam dados a cada 15 minutos, permitindo análises detalhadas e a emissão de boletins com prognósticos e previsões dos níveis do rio.
Fonte: g1 Rondônia
