Após os apelos desesperados feitos em grupos no WhatsApp, de pessoas que tentavam ajudar uma mulher cujo filho teria sido sequestrado em Vilhena, constatou-se que a história é surpreendentemente muito diferente da que foi divulgada nas comunidades virtuais.
Um dos áudios gravados por uma mulher em prantos falava que o filho dela havia sido raptado por um casal (uma mulher e um “véio”). A mesma voz feminina dizia na gravação que iria acionar o Conselho Tutelar para localizar o garoto, e que se ele não fosse localizado, a polícia seria acionada.
Foi confirmar que o garoto já havia sido resgatado e estava abrigado na Casa de Acolhimento de Vilhena, a reportagem obteve informações inusitadas sobre o sumiço do menino.
Segundo as apurações, o garoto tem sete anos e estava sozinho na casa em que mora, no bairro Jardim das Oliveiras. Por causa das goteiras e da força do temporal que atingiu a cidade ontem, o imóvel começou a alagar e o menino saiu para a rua, buscando ajuda. Um vídeo gravado com ele dá detalhes do caso dramático que, por enquanto, caminha para um “final feliz”.
Após ir para o meio da rua, o garoto bateu no vidro de um carro de autoescola que estava passando e era conduzido por um policial, que também é instrutor e tinha uma aluna a bordo (“a mulher e o véio”). E foi o militar quem decidiu entregar o garoto ao Conselho Tutelar, explicando a situação em que ele havia sido encontrado.
Embora a criança aparente estar bem, o Conselho Tutelar e a polícia irão apurar a veracidade da informação dada pelo menor, de que a mãe havia viajado junto com um “tio” e a filha mais nova. O CT ainda não localizou um familiar que teria sido encarregado de ficar na mesma casa alagada com o menino, cujo pai mora em Ji-Paraná.
Caso fique constatado o “abandono de incapaz”, ela terá que explicar porque tinha deixado o filho de apenas 07 anos sozinho em uma casa vulnerável a um temporal como o de ontem, que o levou a pedir ajuda na rua, onde felizmente foi resgatado assustado e com as roupas molhadas.
Fonte: FOLHA DO SUL ON LINE