A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) começou nesta quinta-feira (18) o julgamento das apelações e embargos de declaração dos condenados na Operação Apocalipse. Deflagrada em julho de 2013, a ação investigou um esquema de estelionato e tráfico de drogas e prendeu políticos, empresários e servidores públicos.
Entre os condenados que aguardam o julgamento desta semana, estão Alberto Ferreira de Siqueira, o Beto Baba, e Fernando Braga Serrão, o Fernando da Gata, condenados a 407 anos e 11 meses de prisão cada.
O único político da lista dos apelantes com mandato atualmente é o deputado estadual Jair Montes. Ele foi preso na operação e ficou detido por quase três meses, até ser solto no fim de setembro de 2013.
Montes foi preso novamente em 2018, de forma preventiva, com a sentença do caso. Ele foi condenado em primeira instância a 17 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de estelionato, associação para o tráfico e quadrilha ou bando. Na ocasião, o parlamentar ficou preso pouco mais de uma semana.
Pelo menos 30 pessoas constam na pauta como apelantes, além do Ministério Público como apelado e um banco como assistente de acusação. Ao logo do processo, já foram pelo menos 152 recursos.
Na sentença de primeiro grau, proferida em dezembro de 2018 com 520 páginas, das 50 pessoas denunciadas pelo Ministério Público, 27 foram condenas e quatro absolvidas.
O G1 tenta localizar a defesa dos citados.
Operação Apocalipse
Investigações apontam que bandidos financiavam políticos em Rondônia
A Operação Apocalipse foi deflagrada em 2013 pela Polícia Civil em Rondônia e nos estados de São Paulo, Amazonas, Acre, Mato Grosso, Ceará, Distrito Federal e Rio Grande do Norte.
O grupo investigado era suspeito de envolvimento em uma organização criminosa, que segundo a polícia, seria comandada por Alberto Siqueira, o Beto Baba e Fernando da Gata, que também foram presos.
Conforme as investigações, a organização criminosa financiava campanhas políticas com dinheiro ilícito de golpes com cartão de crédito e do tráfico de drogas, em troca de nomeações de funcionários fantasmas.
A ação criminosa teria movimentado cerca de R$ 80 milhões em nove estados. Desse total, em Rondônia, a quadrilha desviou aproximadamente R$ 33 milhões, com um patrimônio que inclui 200 carros, imóveis e cotas em empresas
Na época da operação, as investigações apontaram que o esquema da suposta quadrilha financiava campanhas políticas e captava recursos por meio de lavagem de dinheiro. Em troca, os benefícios estavam relacionados a nomeação de funcionários fantasmas. A operação cumpriu 229 medidas cautelares, entre mandados de busca e apreensão, prisões preventivas e indisponibilidade de bens, gerando ao todo 54 prisões de vereadores, deputados, empresários e funcionários fantasmas.
Na época, deputados estaduais, o então presidente da Assembleia Legislativa e vereadores de Porto Velho chegaram a ser afastados dos cargos ou foram presos.
Fonte: G1