Técnicos de enfermagem que atuam no pronto socorro João Paulo II se manifestaram após a denúncia de um médico na Polícia Civil acusando de omissão de socorro profissionais dessa categoria que tiravam plantão na última quarta-feira (31).
O médico acusa os técnicos de não prestarem socorro à senhora Maria da Conceição, de 68 anos de idade, após ela sofrer uma parada cardiorrespiratória enquanto estava internada no setor de pessoas suspeitas de COVID-19 no JP II. Por conta da repercussão do caso e das investigações que estão sob competência
da Polícia Civil, um técnico de enfermagem que estava no local falou com a reportagem, mas preferiu não se identificar.
De acordo com ele, em momento algum a falta de um técnico de enfermagem pode ser colocada como fator da morte da paciente, uma vez que havia no local, além do médico, dois enfermeiros, um fisioterapeuta e residentes de Medicina. Ele confirmou que o técnico de enfermagem que cuidava do setor onde estava Maria da Conceição realmente não assumiu o plantão por um problema pessoal nesse dia. De acordo com ele, é comum um técnico de enfermagem ficar responsável por um setor inteiro sozinho, o que vem levando esses trabalhadores a um alto nível de stress após mais de um ano de pandemia.
O técnico também alega que jamais houve qualquer recusa de atendimento por conta do protesto dos servidores do JP II exigindo o recebimento da gratificação
para os profissionais que atuam na linha de frente do COVID-19. “Maria da Conceição morreu por volta das 08h e o protesto realizado pelos técnicos foi às 09h30 e nenhum dos envolvidos nesse caso estava no protesto”, disse o técnico de enfermagem. De acordo com a SESAU/RO, os técnicos de enfermagem do JP II já recebem a gratificação dada a todos os servidores da Saúde no período da pandemia e que a unidade não recebe pacientes infectados por COVID-19, o que tira o direito a
gratificação de Linha de Frente de quem trabalha no hospital.
Confira nota da SESAU
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), esclarece que teve ciência de suposto fato ocorrido nesta quarta-feira (31), onde houve uma queixa crime na 1ª delegacia de Polícia Civil, referente a omissão de socorro no Hospital João Paulo II, por parte de técnicos em enfermagem, durante o horário de expediente e a paciente teria ido
a óbito. A prioridade são apenas denúncias, mas o ocorrido já está sendo apurado pela Sesau e também pela Polícia Civil onde um médico fez uma queixa crime por omissão de socorro. A Sesau ressalta ainda que não deve haver omissão de socorro, além de ser ato desumano, é considerado crime conforme o artigo 135 do Código Penal.
O Governo de Rondônia repudia toda e qualquer ação que resulte em omissão de socorro.
Fonte: Rondôniaovivo