O Ministério Público Federal (MPF) orienta a população de Seringueiras (RO) a chamar a Fundação Nacional do Índio (Funai) ou a polícia caso sejam avistados índios isolados, instruindo que não se deve abordar o grupo, ameaçá-lo, muito menos agredi-lo. Recentemente, indígenas isolados foram avistados em propriedades rurais provavelmente em busca de comida ou instrumentos domésticos para auxílio nas caças possivelmente impulsionados a se deslocarem para fora do território em virtude de pressão territorial causada por invasões ilícitas.
Na última quarta-feira (9), justamente em missão para apurar e monitorar o aparecimento dos indígenas isolados na região, o servidor da Funai Rieli Franciscato, que era coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Uru-Eu-Wau-Wau, foi atingido por uma flecha no peito disparada pelos indígenas.
Diante da trágica morte do servidor público federal Rieli Franciscato, o MPF requisitou que a Polícia Federal enviasse policiais para Seringueiras para evitar o risco de conflito entre o grupo e a população e auxiliar os órgãos indigenistas a evitar o contato acidental entre indígenas isolados e não-indígenas em plena pandemia de covid-19.
O MPF em Ji-Paraná solicitou também que a Polícia Federal esclareça os fatos envolvendo a morte de Rieli Franciscato. Até o momento, todos os elementos apontam que o referido fato não tem repercussão criminal, já que praticado por pessoas que, devido à situação de isolamento cultural, não tinham condições de avaliar se estavam em risco.
Além disso, o MPF já havia instaurado procedimento para acompanhar as medidas de prevenção da doença entre os indígenas isolados da região do Rio Cautário, em Seringueiras, sob a responsabilidade da Frente de Proteção Etnoambiental Uru-Eu-Wau-Wau em razão da ocorrência de visualização de grupos isolados nos arredores daquela terra indígena e cobrará medidas dos órgãos responsáveis diante dos acontecimentos recentes.
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