A Polícia Federal (PF) deflagrou a partir desta segunda-feira (24) a Operação Crepitus para prevenir e reprimir a entrada de invasores na Terra Indígena Karipuna em Rondônia.
Segundo as investigações, há no entorno da terra indígena várias pontes construídas por invasores, que buscam ocupar e desmatar a TI. Durante a operação essas pontes clandestinas serão destruídas assim como maquinários e outros objetos usados ilicitamente na região. Também passa a ser fiscalizada a presença de pessoas não autorizadas na área e seus eventuais crimes praticados.
A ação é feita em conjunto com o Exército Brasileiro, Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
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Operação na Terra Indígena Karipuna em Rondônia — Foto: PF/Divulgação
O nome da operação significa explosão em latim e faz referência a atuação desta semana que vai destruir os objetos utilizados para a prática de crimes, com o uso de explosivos.
Terra Indígena Karipuna
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Operação na TI Karipuna em Rondônia — Foto: PF/Divulgação
- A TI está localizada nos municípios de Porto Velho e Nova Mamoré;
- Território de 153 mil hectares foi homologado em 1998;
- MPF diz que 11 mil hectares já foram devastados “por intensa atuação criminosa de madeireiros e grileiros”;
- Dos 58 karipunas vivos, 22 frequentam a aldeia;
- Risco de genocídio foi apontado pelo Ministério Público Federal em junho de 2018;
- Em julho de 2018, Justiça Federal determina, em caráter de urgência, a proteção do povo Karipuna.
O território abrange parte de Porto Velho e de Nova Mamoré. Há cerca de dois anos o G1 esteve na região para entender como os karipunas resistem. No caminho até a aldeia, pasto e gado dominam a paisagem. A floresta aparece só depois da ponte do igarapé Fortaleza, ponto de entrada na terra indígena.
Dentro da área, toras de árvores derrubadas impedem a passagem nos ramais (estradas de terra). Clarões sem vegetação se destacam entre os caminhos e, muitas vezes, o que era floresta já virou carvão.
A presença da fiscalização constante da Funai reforçaria uma luta que hoje é travada por um grupo pequeno. São 58 karipunas vivos, mas apenas 22 frequentam a aldeia.
Entre os 22, pelo menos 10 não estão permanentemente no território: estão casados com brancos, trabalham fora e se articulam para fazer denúncias a órgãos diversos. Poucos homens se revezam em estratégias para proteção dentro da aldeia.
Fonte: G1RO