Pesquisa realizada na Índia revelou ainda tendência de queda de morte após os 65 anos e facilidade das crianças em contrair e espalhar a doença
Um estudo sobre a covid-19 realizado por pesquisadores indianos e norte-americanos na Índia, que tem mais de 6 milhões de casos da doença, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, publicado na revista científica Science trouxe à tona informações relevantes não apenas para a Índia, mas também para outros países de baixa e média renda.
Entre as descobertas estão que a média de tempo de internação antes da morte na Índia foi de cinco dias, sendo duas semanas nos Estados Unidos, e redução na tendência de morte acima dos 65 anos. Além disso, o grande potencial de crianças serem contaminadas e espalharem a doença. E ainda que um pequeno número de pessoas é responsável por disseminar a grande maioria das novas infecções.
Os pesquisadores descobriram que 71% das pessoas não haviam transmitido o coronavírus a ninguém e apenas 5% das pessoas foram responsáveis por 80% das infecções detectadas pelo rastreamento de contatos.
A pesquisa ressalta que embora o número de casos seja enorme, já que se trata de um país muito populoso, a taxa de incidência, assim como muitos países de baixa renda, inclusive na África, é menor que países a Europa e nos Estados Unidos. O número de mortes também é relativamente baixo se comparado com os países ricos.
O estudo foi realizado nos Estados de Andhra Pradesh e Tamil Nadu, no Sul do país, que estão entre os que apresentam mais casos e estão bem equipados para lidar com a doença, segundo a pesquisa. Os 127,8 milhões de habitantes representam aproximadamente 10% da população total do país.
Os pesquisadores rastreram mais de 3 milhões de pesssoas que tiveram contato com os 435 mil casos da doença. Esses dados de rastreamento revelaram que as pessoas infectadas primeiro – conhecidas como casos-índice – eram mais propensas a ser do sexo masculino e mais velhas do que seus contatos. Homens são mais propensos a se expor em situações de risco de infecção e de manifestarem sintomas, diz o estudo.
A pesquisa também analisou a disseminação sob o critério de idade e sexo e concluiu que pessoas infectadas tendem, em geral, a espalhar o vírus para pessoas de idades semelhantes. Por exemplo, mais de 5.300 crianças em idade escolar haviam infectado 2.508 contatos de idade semelhante.
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Do R7