Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) feita no último dia 1 de março constatou que 1,9 milhão de doses da vacina AstraZeneca contra a Covid-19 foram incineradas porque o Ministério da Saúde não distribuiu para os estados antes do final do prazo de validade. Segundo o órgão, essas doses faziam parte da doação de 2,18 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, que o Brasil recebeu dos Estados Unidos no dia 21 de novembro de 2021.
Agora, o TCU quer o ressarcimento pelos gastos relacionados ao desperdício, estimados em 1 milhão de reais. Naquela época, o Brasil contabilizava 22.015.036 pessoas infectadas pela Covid-19 e 612.722 óbitos. Atualmente, esses números estão em 37.076.053 de infectados e 699.276 mortes pela doença.
O TCU diz que o Ministério aceitou a doação das doses de vacinas AstraZeneca ciente de que o prazo de validade era bastante exíguo e sem prévia estratégia de utilização em tempo hábil. Quando os imunizantes chegaram ao país, foram direcionados para uma análise de qualidade recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A autorização para utilização foi dada no dia 10 de dezembro de 2021.
Segundo o órgão, apenas 282 mil dessas vacinas foram distribuídas às unidades da federação. O outro montante, de 1,9 milhão, venceu antes de ser distribuído. O Ministério da Saúde ignorou “o período que seria gasto para regularização das questões burocráticas e técnicas de tramitação e importação, bem como o tempo necessário para distribuição aos estados e a efetiva disponibilização”.
O TCU também aponta uma falta de planejamento e cuidado que levou quase todo o lote de vacinas a ser incinerado, sem trazer qualquer benefício à população. Agora, o órgão estabeleceu um prazo de 15 dias para que os responsáveis apresentem defesa ou ressarçam o valor total de 1 milhão de reais. Foram concedidos dez dias para que o Ministério da Saúde apresente informações sobre a quantidade de vacinas contra a Covid-19 que estão em estoque, bem como a data de validade e a quantidade de produto já descartado. As informações são do jornalista Carlos Madeiro, do portal UOL.
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